segunda-feira, outubro 16, 2006

Os Outros


Há muito tempo que sonho poder dedicar a minha vida aos outros, sempre senti ser essa a minha missão, talvez por isso terei tirado Psicologia. Tentei varias formas, comecei o meu trabalho com reclusos num estabelecimento prisional, acompanhei toxicodependentes no seu processo de desintoxicação e despertar para uma nova vida, acompanhei e acompanho jovens estudantes que de alguma maneira sairam do seu caminho e eu ajudo-os a encontrar um outro rumo, por vezes por um novo trilho, mas ao mesmo tempo, estou há muitos anos a lidar com máquinas, papeis e coisas que embora tivessem aparecido na altura certa, agora pouco ou nada me dizem! O mais perto que posso chegar dos outros é pela via da formação mas não são esses que mais precisam de mim, não é a essas pessoas que eu dou todo o meu melhor ( este se calhar é um pensamento limitativo :-), é capaz de ser, mas, eu tenho muitos é este apenas mais um...).
Preciso de pessoas. Eu acho que me alimento de pessoas. São elas que me fazem sentir viva e é através delas que eu renasço, no entanto este não é um pensamento de que me orgulhe pois sinto que as estou a usar para viver. Mas estas não são pessoas quaisquer, são pessoas que precisam de mim. Os outros, estes outros de que falo precisam de mim e eu com toda a minha consciência preciso deles, estará este equilibrio errado? Possivelmente, este é mais um pensamento limitativo!
Estou farta dos outros competitivos, ambiciosos e sem escrupulos... esses outros também precisam de ajuda, eu sei! mas não é de mim, por enquanto ainda é só deles! coitados ainda não se aperceberam o quanto precisam de ajuda... destes preciso de agora manter uma certa distância, é quase uma questão de sobrevivência.
Os outros, os outros... é tão fácil falar em outros, e em nós? afinal somos os outros dos outros! o que será que pensam e dizem de nós?

quinta-feira, outubro 12, 2006

Ser feliz

Um dia disseram-me, "de todas nós tu vais ser a única que vai ser feliz." na altura, estas palavras souberam bem e encheram-me de sabedoria. Isto não queria dizer que eu era mais forte, mais inteligente, mais rica ou mais sortuna, não. Estas palavras queriam apenas dizer, que de todas, eu era a que queria menos e mesmo assim o que eu queria seria o mais fácil de obter. Passado alguns anos sobre esse dia, acho que na verdade tenho muito, tenho o que queria, não por ser o mais facil mas por ter abdicado de outras coisas e especialmente das tais coisas de que as outras falavam. Esse foi o preço! É claro que agora não chega, QUERO MAIS.
Embora não saiba muito bem o quê. Mas sei o que não quero (já é um principio...), não quero parar, não quero estagnar, não quero ser a única a ser feliz... porque essa felicidade, por ser "fácil" e pequenina dá-nos a sensação de que se chegou ao fim.

quarta-feira, outubro 11, 2006

A primeira vez...


É sempre dificil começar. A ideia de criar um blog surgiu hoje como um impulso dificil de contrariar, mas se alguém me perguntar porquê, não sei responder. Aquela vontade de escrever sobre o que nos atormenta, já é velha, gostava de ser mais criativa. A verdade é que preciso de tirar de mim muitos dos pensamentos e sentimentos que invariavelmente acabo por contar a outros, o que por vezes é complicado. Mas deixar em mim algumas palavras torna-se nocivo. Nasce assim o Unkown Mar. Vem substituir o velho diário de papel.
Aqui irão surgir pensamentos, dúvidas, sucessos, insucessos e mais importante que tudo isto, partilha.